terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

DA FORTUNA À FALÊNCIA

Os irmãos Hans e Fritz Schlumpf foram dois industriais da área têxtil que ficaram conhecidos por terem acumulado uma das mais importantes coleções privadas de carros de luxo e esporte do mundo. Criados em Mulhouse, que era a cidade natal de sua mãe, tornaram-se experts em Finanças e fizeram fortuna. Em 1935 começam a investir sua fortuna na área têxtil comprando praticamente todas as fábricas da região. Os negócios iam de vento em popa e o império Schlumpf não parava de crescer. No começo da década de 60, uma paixão incontrolável por carros fez com que eles começassem a adquiri-los com uma velocidade assustadora. Em 14 anos, entre 1960 e 1974, adquiriram nada mais nada menos do que 560(!) carros. Fritz era especialmente apaixonado pela marca Bugatti e nesse período adquiriu todas que pode sem se importar com o preço, sendo responsável por inflacionar o mercado com suas aquisições. Em 1963, aproveitaram a venda da fábrica da Bugatti e adquiriram tudo que puderam: documentos, ferramentas e, mais importante de tudo, os protótipos e os carros pessoais de Ettore Bugatti incluindo um Bugatti Royale Coupé Napoleon carro que atualmente é considerado o mais exclusivo do mundo. Um ano depois, adquiriram a “American Collection Shakespeare” tornando-se os maiores colecionadores da marca Bugatti no mundo, com 30 Bugatti sendo 6 delas do modelo Royale. Possuíam 30 funcionários especializados trabalhando em período integral na manutenção dos carros. Naturalmente que com esses gastos astronômicos, as finanças do grupo passaram a ser abaladas. Em 1976, com o declínio da indústria têxtil na região, o grupo faliu, causando tremendo tumulto na região. Para o pagamento das dívidas, todas as propriedades foram liquidadas, incluídos ai os carros. O estado francês adquiriu a fabulosa coleção por 40 milhões de francos franceses - €6.800.000,00 - e criou o National museum of the car – Collection Schlumpf, que atualmente recebe 200.000 visitantes por ano. Por incrível que pareça, recentemente foram descobertos mais 40 inestimáveis clássicos que inexplicavelmente foram poupados da primeira liquidação. Entre outros, 12 Bugatti: Type 40, T44 e várias T57. Essa descoberta é tão importante que, mesmo sendo apenas uma fração da coleção original, eles são agora os únicos carros em mãos de colecionadores privados. Eles foram adquiridos dos herdeiros da família Schlumpf e farão parte de museu em Los Angeles. Segundo os compradores, Bruno Vendiesse e Jack Braam, eles não serão restaurados, mas apenas limpos.

8 comentários:

Unknown disse...

Bela história, desconhecia o fato e ainda deve ter carro guardado por aí.

Anônimo disse...

Interessante!

Que paixões o automóvel é capaz de gerar!

Fico triste pela decadência dos irmãos, mas contente pelo fato de que seu legado automobilístico foi preservado.

vitão disse...

os irmàos quebraram porque gastavam mais $$ com a coleção do que com a empresa. Os mecânicos que trabalhavam nos carros eram proibidos de conviverem com o resto da empresa, e tinham horários, portarias, banheiros e refeitórios separados. Esta parte da coleção que foi encontrada na Suiça deve-se ao fato que os irmãos temiam a quebra, e começaram a guardar os carros na Suiça, longe das autoridades francesas. Passados os 30 anos de prescrição por crime falimentar, os herdeiros "acharam"os carros. Como dizem, por trás de uma grande coleção sempre existe um grande golpe.

M disse...

As Bugatti tinham motores muito interessantes. Já nos anos '20, "Seu" Ettore os fazia usinados a partir de blocos de alumínio, com 3 válvulas por cilindro e comando no cabeçote, que por sinal não era removível. Vários oito cilindros, com 5 mancais e roletados, com cilindrada variando de 1.500 a 2.000 c.c., giravam acima dos 6.000 rpm e desenvolviam a mais alta potência específica da época.
Alguns modelos com compressor volumétrico Roots, tinham potência acima dos 200 HP.
O que pouca gente sabe é que o "Seu" Ettore fabricou também alguns carros elétricos. E um destes, modelo 46, era o seu carro de uso predileto.

regi nat rock disse...

Nesse carnaval modorrento (putz, como detesto isso) nada melhor que um passeio por esse museu.
A história é, sem tirar nem por, a mesma história de outras grandes "descobertas" Sempre "casa" com prescrição legal.
Mal comparando é como diz uma advogada minha amiga: "o que muda é a marca da cachaça e o lugar do tapa, a briga é sempre pelo aparelho de som e o celular mais incrementado. Os filhos? phodam-se; se forem pessoas com mais posse, a briga é pelas jóias, automóvel e o apto da praia "

Não deve ter sido muito diferente com as "descobertas" inusuais, 30 anos depois...

Sei lá se vcs entenderão essa comparação meio sem pé nem cabeça, é saco cheio mesmo!... hehe

Helio Herbert disse...

Regis você foi claríssimo na sua filosofada,é exatamente isso o que ocorre com os herdeiros,geralmente antes do patrono morrer ja estão brigando pela divisão da herança.
Família pobre se junta faz vaquinha para comprar uma pizza estão sempre unidos devido a necessidade.
Família de rico os irmão brigam por causa de herança,deixam de conversar,se tornam inimigos.
É melhor a gente viver nossa vida e fazer o que tiver vontade sem se preocupar muito em deixar,e ensinar os filhos a ganhar seu dinheirinho.

Buonanno disse...

Meu pai já dizia e é verdade. A melhor herança que se pode deixar aos nossos filhos é educação. Essa ninguém tira.

M disse...

Quando eu morrer quero deixar é dívidas !!!!
Pelo menos os herdeiros terão um bom motivo para chorar no enterro...