Domicío Pinheiro, fotógrafo do Estadão, no jogo da despedida de Pelé contra a Ponte Preta na Vila Belmiro. Sentado em cima do alambrado ele aguardava a entrada do Santos em campo. No andar de baixo, na primeira fila: Manoel Motta, Alfredo Rizzutti, Reginaldo Manente e Silvio Ferreira, meu companheiro no jornal O Globo.
Para fotografar futebol Domicío se postava em pé na direção da linha da área pequena, a poucos metros do gol, até fazer a foto da bola estufando a rede.
Me lembro de uma partida em que o jogador Mirandinha do São Paulo quebrou a perna. Domício estava lá e sabia que tinha feito a foto do lance. Uma foto impressionante, de causar arrepio ver a perna vergada no momento exato da fratura. Todo mundo fotografou o jogador sendo retirado do campo. Domicío foi junto com o jogador para o hospital. Reproduziu o raio-x que mostrava a fratura e esperou a cirurgia terminar. Na primeira página do Estadão da segunda-feira uma foto enorme do momento da fratura e ao lado a chapa do raio-x com o pino colocado na cirurgia. No Caderno de Esportes uma sequência incrível com toda a história daquela tarde.
Todos os outros fotógrafos ficaram até o final do jogo, cumprindo a pauta burocraticamente.Tempo perdido. A história daquele domingo só o Domicío soube contar.
Uma bela aula de jornalismo. Esta foi a minha escola.
"Belo testemunho de Pedrão Martinelli, outro grande fotógrafo.
Pedrão é um foto jornalista que anda, andou muito, continua andando, navegando, há 30 anos, registrando histórias da Amazônia.
(reprodução/http://www.pedromartinelli.com.br/blog)
2 comentários:
Pedrão, êta cabra bom! Previlégio único em trampar com ele na Veja e vê que seguir seus ideais e acreditar em vc e nos seus objetivos, não têm preço. Diretor de fotografia, largou tudo e foi fazer foto jornalismo na Amazônia e pelos quatros cantos do mundo. Parabéns Pedrão!
O Pedrão não conheço , mas o Domicio sim, e a foto do mirandinha no dia seguinte lembro bem. foi duca!
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