Começa assim ...
“Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava um alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal. Tinha um violão a tiracolo; sua espada, apresilhada aos arreios, rebrilhava ao sol daquela tarde de outubro de 1828 e o lenço encarnado que trazia ao pescoço esvoaçava no ar como uma bandeira. Apeou na frente da venda do Nicolau, amarrou o alazão no tronco dum cinamomo, entrou arrastando as esporas, batendo na coxa direita com o rebenque, e foi logo gritando, assim com ar de velho conhecido:
- Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!”
E passa para ...Assim começa “Um certo Capitão Rodrigo”, um dos capítulos do épico maior de Érico Veríssimo, “O Tempo e o Vento”. A obra conta de forma romanceada a formação do Rio Grande do Sul e de sua identidade. O Capitão Rodrigo, que na minissérie de TV foi vivido por Tarcísio Meira (e depois por seu filho), encarna o código de honra gaúcho – que até hoje sobrevive, misturando coragem, impetuosidade e bastante machismo...
Sigam a coluna na íntegra AQUI!
(reprodução)
2 comentários:
Lí a coluna na íntegra, mas me parece que o pai do Dunga pode ter lhe ensinado a ser homem, mas não o preparou para ter um mínimo de educação. Já fazem alguns anos que lí O Tempo e o Vento, mas o Rodrigo Cambará, mais "bronco" que o próprio Dunga, conseguia ser mais educado.
Enfim, que ele se vá e leve consigo o Felipe Melo.
Renovação já...vide Alemanha, até onde está chegando!
Postar um comentário