segunda-feira, 20 de julho de 2009

MAPPIN + MESBLA = MANSUR

"A Circuit City, que era a 2a maior loja de eletrônicos dos EUA, fechou as portas agora em janeiro, depois que a crise global agravou seus problemas operacionais. Mas a marca deve ressuscitar ainda este ano. Empresários americanos compraram o direito de usar o nome em uma loja virtual. Essa onda de trazer de volta no mundo virtual marcas que um dia fizeram sucesso no mundo real parece ser mesmo uma tendência, nao apenas lá fora, mas também aqui no Brasil. A diferença é que em nosso país as vezes as coisas sao feitas sob influência do ‘jeitinho’."

Bom exemplo disso é a encrenca em torno da marca Mappin, famosíssima loja de departamentos que fechou as portas na década passada. Um empresário paulistano chamado José Alves registrou o domínio mappin.com.br ...

...em 2002 e agora procura investidores para abrir a loja na web. Em entrevista recente ao IDG Now Alves disse que deve abrir a Mappin virtual até o final do ano. O problema é que o empresário Ricardo Mansur, que controlava o Mappin na época do fechamento, também tem planos de reabrir a empresa...

... e teoricamente ainda é o dono da marca. Essa briga ainda deve dar muito pano para manga e pode marcar o início de uma nova corrida para registrar domínios na internet em nome de grandes marcas do passado. Continuando:
Promessa da volta do Mappin como loja virtual e o mesbla.com.br
...

"Meus caros, Com relaçao à volta do Mappin como loja virtual (notícia do Marinho hoje), parece que é moda mesmo. Fui checar o site da Mesbla e ele está lá, preparado para abrir como loja virtual. Tem até um jingle bonitinho tocando e o logotipo é o mesmo das lojas de rua, que fecharam há uns 10 anos. Para quem nao sabe, a Mesbla tem para os cariocas o mesmo significado do Mappin para os paulistas. Ah, sim, tem um 'pequeno' detalhe. Fui checar no Whois quem é o responsável pelo site e... surpresa! - Ricardo Mansur...".
Em, 17/07
por Carlos Lauria
(reprodução)

7 comentários:

roger disse...

É só pegar o 'vagaba' a unha e fazer acertar o passado...
Parece que el deixou uma orda de gente sem eira nem beira não é?
(ou já pagou a quem devia?)

RACER X disse...

na realidade, quem acabou com a Mesbla foi o hoje todo poderoso homem de negocos publicitários, o baiano Nizan Guanaes...é o que dizem no meio.

regi nat rock disse...

Em 1967 trabalhei 3 meses por lá num fim de ano.
Foi o único emprego de carteira assinada da minha vida.
Daí em diante voo solo.

Esse Mansur e o Nizam não valem um caracol bichado.

Pelo jeito, o espertinho que registrou a marca também não.

Fritz Jordan disse...

Acho que Jose Alves e da familia dos ex donos do Mappin (pre Mansur). Se for, provavelmente tem seus direitos...

roberto zullino disse...

Pode ser, o Mappin Stores era uma empresa inglesa e foi comprada pelo pai do Albertinho Alves e sua irmã Ophélia.
O Albertinho depois deu sociedade para o antigo secretário da fazenda do estado, o economista Carlos ANtonio Rocca, que deu uma acertada nas finanças com o grupo ganhando muito dinheiro na época da inflação, já que foi pioneiro ao ter uma financeira. Empatava no operacional e ganhava os tubos na financeira.
No final, o Mappin ficou com a mulher do Albertinho, a Cosette Alves e ela e o Rocca venderam para o Ricardo.
Acredito que fizeram um bom negócio e jamais se ouviu algum deles se queixar da venda. Não sei se os Alves ficaram com alguma coisa.
Mesmo assim seriam minoritários e a marca ainda é de propriedade da massa falida e não deles, ou seja, pertence ao rol de bens que deverão ser alienados para pagamento dos credores da massa falida.
A obrigação do administrador da massa falida e mesmo do Mansur é zelarem pela integridade dos bens da mesma, inclusive impedindo seu uso gratuito como parece ser o caso.
Poderiam alugar a mesma indo as receitas para a massa falida e consequentemente para o pagamento dos credores.
A Mesbla, a antiga casa Mestre e Blagé com sede no Rio é o mesmo caso. O herdeiro Andre de Botton ainda estava no comando quando a Mesbla enfrentou dificuldades enormes e um executivo contratato já havia iniciado um processo de reestruturação bastante alavancado que teve dificuldades em sua concretização. O Mansur entrou como salvador da pátria e assumiu a empresa, que por sinal tinha patrimônio líquido negativo. Da mesma forma a marca pertence à massa falida e por ela deve ser administrada.
O que nos remete à questão: Como pode ser permitido o registro de domínio de marcas notórias valiosas e que como vimos têm donos ou mesmo receptores de suas eventuais receitas?
Data vênia e salvo melhor juízo, na minha modesta opinião de engenheiro e não de advogado, se isso for permitido será uma enorme fraude contra credores. Não se trata de resgatar alguma coisa de domínio público, pois as duas marcas nunca foram de domínio público e mesmo a caducidade de seus registros não deve ter ocorrido. Se o foi, devem responder pela dilapidação desse patrimônio os síndicos administradores das massas falidas.

Fritz Jordan disse...

Nao sei se na venda do Mappin a Cosette ficou com a marca, tendo concedido o seu uso em comodato ou mediante remuneracao.

Se foi isso, a marca pertence aos Alves e eles podem usa-la, vende-la, etc. Lembro que com o predio (edificio Mappin, no centro) foi isso que aconteceu. O Mansur comprou o NEGOCIO, nao o imovel.
Talvez nao tenha comprado a marca, tambem.

roberto zullino disse...

Sei lá, deve ter sido uma confusão mesmo. Mas mesmo que tenha "alugado" a marca, deve tê-lo feito por alguns anos e esses direitos passam para a massa falida. Acho que ele deve ter comprado a marca mesmo, não teria sentido comprar o negócio sem a marca, muito diferente de um prédio, mas vai saber.
De qualquer forma esse negócio de domínio de internet ser uma coisa e marca ser outra ainda deve dar uma bela briga por alguns anos. O negócio é ser causídico.
Na época, o que achei interessante, para não dizer bizarro, foi o Mansur ter pago para ficar com o Mappin e seus importantes pontos e logo depois promover um feirão no Anhembi. Isso deve ter passado a mensagem aos consumidores que os pontos não valiam nada, afinal, seu dono ao invés de usar os mesmos ia fazer feirões no Anhembi.
Hoje a coisa é mais confusa ainda, as empresas comerciais tem que ter venda por internet, que no final concorrem com seus próprios pontos de venda. Decisões difíceis.
De qualquer forma, a depreciação dos negócios de Lojas de Departamentos já tinha acontecido nos USA, apenas repetimos. As que conseguiram se recuperar se basearam em Cama, Mesa e Banho, Móveis e Roupas esquecendo um pouco a linha branca que pode ser vendida em qualquer lugar. É o caso da Macy´s e da Bloomingdales. O problema é que para se vender Cama, Mesa e Banho, Roupas e Móveis tem que se ter equipe competente e bem remunerada, coisa ainda difícil no comércio que tradicionalmente tem os menores salários de empregados urbanos. Aqui as Lojas de Departamento ainda estão andando de lado e sem muito foco.